segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Cheios do Espirito e vazios de amor, isso é possivel?


Em uma reunião de escola bíblica, o grupo de louvor se prepara para louvar antes de dividirem as classes. Então é dada a oportunidade para a Ministra de louvor encerrar o estudo com uma oração. Antes de orar, ela fala para a classe que está muito quebrantada e satisfeita, pois o louvor que ela e o seu músico ministraram, no inicio da escola bíblica, foi um dos melhores, e que havia sido renovada durante a ministração de uma forma muito especial. Ambos pareciam estar muito ligados um ao outro numa comunhão repentina, quebrantados, e embriagados por um "mover" que havia sido liberado, alí, "somente para eles", no momento do louvor. Depois da oração, sentaram-se e conversaram sobre o como seria o segundo momento do louvor, o do encerramento da escola:
- Olá Carina, tudo bem? - Diz Raul, aparentando estar cheio da unção de Deus.
- Oi Raul, tudo! - Responde Carina, também, "cheia de unção e quebrantamento".
- Você sabe cantar esta canção: “Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração...”
- Sim, Raul, eu sei!
- Então, você vamos cantá-la hoje. Vamos para o púlpito?!!
- Vamos!
Então algo estranho acontece com a Ministra de louvor. Ela levanta-se, apática com todos, como se estivesse surda. Parece não ouvir as saudações dos colegas, e não responde a nenhuma pergunta que lhe fazem, causando constrangimento as pessoas que se dirigem para falar com ela. Somente olhava fixamente para o púlpito, aparentemente “cheia da unção” para ministrar na "ousadia do Espirito Santo de Deus". O músico, por sua vez, também despreza a todos os outros componentes do Ministério de Louvor. Aos que se dirigem a ele, apenas desprezo e silêncio. Somente ele e a ministra sobem ao púlpito para ministrar a igreja naquela manhã, e somente eles, é uma "direção de Deus”, declaram. 
Este é um fenômeno que ocorre constantemente no meio de ministérios de louvor desajustados. Nas Igrejas que aderiram em sua liturgia o louvor  como parte essencial nos cultos, na abertura, no ofertório e no encerramento, existe aquela pessoa responsável pela organização do grupo de louvor. Geralmente esta pessoa dita as regras para o grupo, e suas ordens devem ser acatadas pelos demais componentes, levando em consideração, por todos, o principio bíblico da submissão as autoridades. Todavia esse líder deve entender que liderar requer preparação. Falo da consciência de que as pessoas tem atributos como sentimentos e emoções, os quais precisam ser respeitados, tratados e curados. Existem pessoas que não estão preparadas para liderar, e nunca estarão. Liderança é um chamado de Deus, e somos chamados, não só para liderar, como para muitas outras funções no corpo de Cristo. Tantos estão em posições erradas, matando uns aos outros, matando-se a sí mesmo e, se martirizando, procurando entender onde está o erro, sem compreender que estão no lugar errado, e quando acham o erro não são humildes para abnegar do cargo, ainda que em detrimento da sua paz e da dos outros.

Mas independente de estar ou não no lugar certo, a questão sobre a qual quero tratar em especial, é sobre um estranho acontecimento que percebo no meio daqueles que dizem ter recebido uma porção maior da revelação e da unção de Deus para estes dias; Como dizem: a nova “visão”. Pois, estão sempre declarando que a partir de agora, o Espirito Santo de Deus, encherá um povo como nunca, e este povo evangelizará o resto do mundo até a vinda do Senhor... Queridos, eu acredito nisso piamente, não estou aqui para criticar a profecia, isso é lindo e se cumprirá. Mas acima de revestimento de poder, ou de capacitação ministerial, ousadia, e demais aquisições espirituais, está a CONSIDERAÇÃO de uns para com os outros, o AMOR. A Palavra de Deus diz que "todos saberão que somos discípulos de Cristo se nos amarmos uns aos outros". Para mim é confusa a ideia de alguém estar cheio do Espirito Santo de Deus e tratar as pessoas como se fossem objetos descartáveis. O exemplo acima é um fato que vemos comumente acontecer, pessoas que se dizem cheias de Deus e vazias de amor, sobem aos palcos e púlpitos, dizendo-se cheias da unção, mas no trajeto, entre a porta e o altar, deixam rastros de morte e desprezo a sua volta, como pode ser isto? Alguém pode dizer: Mas estamos no tempo da graça, é pela misericórdia que somos usados por Deus, irmão. Meu querido(a), todos vivemos dependentes da misericórdia de Deus, mas nem por isso vamos sair do estado de consciência normal, e nos fazer de esquecidos, surdos ou mudos com as pessoas, quando formos convidado a subir em uma plenária para ministrar louvor, pregar ou tocar na "Unção de Deus". Há pessoas que sofrem uma verdadeira mutação físico-mental quando estão em alta no ibope eclesiástico. Eu não sou nenhum super-crente, claro que já me senti exaltado, superior aos outros, isso é do ser humano, somos carnais quando não estamos no Espírito, todavia tenho consciência de que quando estou neste estado, mesmo estando cheio da Unção de Deus , estou, na realidade, e muito, é distante dele. Deus é o Criador do céu e da terra, dono de todo ouro e prata que existe, todavia é humilde a compassivo. Se parecemos estar cheios do Espirito Santo, deveríamos se humildes e compassivos como Ele. Veja o que Jesus disse de si mesmo em sua Palavra: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mt 11.29. Queridos, isso é algo que pode acontecer com todos, comigo e com você. Portanto, sejamos vacinados contra o virús do engano e da soberba. A verdadeira unção de Deus é cheia de misericórdia, paz e cura. Quando você for cheio desta maravilhosa unção, e creio que será, saiba que será para beneficio dos enfermos e aflitos que estarão a sua volta, e não para seu próprio beneficio e exaltação. Fiquem na Paz!

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